
Tem horas que eu me espanto com o ser humano! Ontem fui fazer uma audiência e fiquei constrangida pela forma como o nobilíssimo juiz tratou as testemunhas.
Era uma ação de usucapião e eu precisava demonstrar que o tempo de permanência do meu cliente no imóvel, somado com as posses anteriores, perfazia o lapso temporal exigido pela lei para concessão do direito. Arrolei três testemunhas que haviam sido posseiras do imóvel antes do meu cliente. Eram três senhores, com idades variando entre 75 e 69 anos.
Como é do conhecimento de qualquer pessoa dotada de inteligência mediana, a idade faz com que a elaboração do raciocínio se torne mais lenta e, em alguns casos, um pouco mais confusa. Entretanto, o excelentíssimo juiz de direito da comarca de Betim/MG não deve ter conhecimento de tal fato, uma vez que tratou os três senhores de forma vergonhosa.
Disse a um deles (o de 75 anos) que ele não tinha que "achar" nada, pois ali não era mesa de "buteco" e, portanto, que ele deixasse suas mentiras para tais ocasiões. A outro (o de 71 anos), de modo áspero e rude, ordenou que se atesse a pergunta feita e parasse de fazer rodeios.
Nestas horas eu perco um pouco a esperança no homem...o mínimo que podemos esperar de juiz é compreensão, pois ele foi o "eleito" para dirimir conflitos e não os ignorar ou, pior ainda, os criar...
1 comment:
Existe Verdade, sim.
Alguns apreendem-na menos mal que outros.
Pelo que descreve, esses juízes (negação de si mesmos), cheios das suas verdades, existem aí (no Brasil) e abundam aqui (em Portugal).
Não é, também isto, verdade?
Para prejuizo da Justiça, e da própria justiça.
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