Wednesday, March 28, 2007

Sem títulos, abreviações ou coisas que resumam


No meu "Tratado de Grandezas do Ínfimo" haveria somente uma frase:


Sou assim, sem meio nem fim ... sempre em busca de um recomeço ...



Por hoje é só, estou minimalista.

Sunday, March 11, 2007

Estado ou "estado"?


Confesso que não sou muito fã da Revista "Veja", a despeito de ser assinante, mas a edição que acabou de chegar (11.03.2007) me deixou surpresa e, ao mesmo tempo, feliz.


Na sessão "Carta ao leitor" a Revista decidiu que não mais vai grafar a palavra "Estado" com letra maiúscula. Informa que se outros conceitos tão importantes quanto o de "estado" são grafados com letra minúscula, razão não haveria em somente "estado" ser tratado como o grande "Leviatã", enquanto a grande massa se vê desprotegida e cada vez grafada com uma letra mais minúscula ainda.


Até mesmo no grande "Estado-Leviatã" concebido pela teoria hobbesiana, os súditos só devem obediência e respeito ao soberano se este proteger suas vidas, caso contrário, o pacto se quebra e a não obediência deixa de ser considerada uma "injustiça".


Para Hobbes o soberano não precisa ser "justo", não deve respeito a propriedade privada, não é signatário do pacto social, não precisa garantir liberdade nem igualdade (que segundo o mesmo autor, são conceitos puramente retóricos), um dos únicos deveres do soberano para com o súdito é de garantir-lhe a vida, razão pela qual o pacto social foi feito, pois se isto não for garantido é melhor voltar para o "estado de natureza", no qual "tudo é permitido", mas a vida é constantemente ameaçada.


A Revista Veja, ao que parece, resolveu iniciar um movimento de resistência contra os abusos do "estado-Leviatã-Brasil". A solução do semanário parece ser simples, contudo, é de grande valia para que repensemos a razão pela qual o "estado" existe.


A teoria de Hobbes hoje se mostra ultrapassada em quase todos os pontos (servindo mais como objeto de estudo do que prático), entretanto, serve para nos mostrar que até mesmo em um "estado-do-medo-e-da-sujeição" há espaço para preservação da vida!